sexta-feira, 3 de julho de 2015

O mapa mundi de 1491

Henricus Martellus foi um cartógrafo e geógrafo que viveu e trabalhou em Florença. A sua obra mais conhecida é o extraordinário mapa Mundo desenhado à mão com tinta ferrogálica que remonta a 1491, e que se encontra exposto na Galeria de Arte da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O mapa tem uma particularidade: quando observado a olho nu, parece simples. Vê-se apenas uma massa de terra e água. Agora, através de uma tecnologia que permite visualizar as imagens não detectáveis a olho nu, uma equipa de investigadores descobriu pela primeira vez que escondia mais de 2.000 imagens e três terabytes de informação, bem como os primeiros detalhes do Japão e de África. Veja o vídeo AQUI

O mapa mundo desenhado à mão por Henricus Martellus Germanus em 1491.
Heritage Images/Getty Images

O passar dos séculos apagou as cores e traços originais do mapa, doado anonimamente em 1962. “Quando é observado, vê-se menos de 10% do que foi escrito e desenhado”, afirma Gregory Heyworth, professor de inglês da Universidade do Mississipi nos Estados Unidos, e fundador do projeto Lazarus, destinado a desenvolver uma tecnologia que permita a visualização de imagens multiespectrais, para que sejam acessíveis a baixo custo.

Utilizando esta tecnologia, em agosto de 2014, uma equipa de 5 investigadores liderada pelo professor independente especializado em História da Cartografia, Chet Van Duzer, passou 10 dias a estudar as imagens multiespectrais do mapa de Martellus. “Há uma boa razão para pensar que Cristóvão Colombo tenha utilizado este mapa e a prova mais clara é a de como está desenhado o Japão. Não há nenhum outro documento deste período que diga que estava orientado de Norte a Sul”, afirma o especialista, baseando-se nos escritos do filho de Colombo, Fernando que faz referência a essa especificidade quando o pai planeou a grande viajem dos Descobrimentos.

Para Van Duzer, “uma das partes mais incríveis” da investigação é que o mapa mostra pela primeira vez uma informação precisa que inclui “cidades, rios, montanhas no Sul da África, no século XV”, explica.

Os investigadores descobriram também que “o mapa de Martellus não é plano, tem ondas”, afirma Heyworth.

Fontes: observador.pt e elmundo.com

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