terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Tem algo novo no ar...‏

* Por Perci Guzzo

Há uma oportunidade bastante interessante para o Brasil do campo e da cidade. Sobretudo do campo. O Novo Código Florestal traz a figura do pagamento e incentivo aos serviços ambientais. O que é isso? Trata-se de uma transação econômica voluntária de um serviço ambiental bem definido, entre um provedor, que garante a permanência desse serviço, com um ou mais compradores.

Os principais serviços ambientais são: aumento do estoque de carbono na biomassa das plantas; conservação da biodiversidade; conservação das águas e do ciclo hidrológico; manutenção do padrão de chuvas e da estabilidade do clima; conservação e melhoramento do solo; preservação da beleza cênica de atributos naturais (morros, praias, árvores notáveis, rios etc); e valorização do conhecimento tradicional dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

É chamado de serviço porque garante toda a cadeia produtiva de alimentos, combustíveis, energias e outros tantos insumos necessários à sobrevivência da espécie humana. É obrigatoriamente prestado pela natureza; seja de modo espontâneo que neste caso recebe a denominação de serviço ecossistêmico; ou com a ajuda da ação humana, o que chamamos de manejo. Nesta segunda forma, o ser humano usa de conhecimento técnico ou tradicional para favorecer a conservação e a recuperação do ambiente natural ou utiliza de modo sustentável o recurso (solo, água, plantas, animais, atmosfera etc).

Para considerá-lo “bem definido” há a necessidade de certificação por uma entidade/órgão que detenha conhecimento e oficialidade para tal.

O serviço ambiental é comercializado por área, em hectares por exemplo. O vendedor potencial é o cara que reflorestou e mantém sua APP (Área de Preservação Permanente) e sua Reserva Legal, no âmbito de sua propriedade. Compradores potenciais são empresas que precisam compensar impactos ambientais negativos ou que desejam possuir um selo verde que ateste sua contribuição com a questão ecológica; governos internacionais que se propuseram em acordos e tratados multilaterais a darem sua cota de participação para a não destruição do Planeta; e ainda proprietários rurais em déficit com a nova legislação florestal brasileira.

Vislumbra-se um novo mercado pautado pela preservação, recuperação e sustentabilidade ambiental.

Diante dessa perspectiva, reflorestar toda a sua propriedade, e mantê-la reflorestada, passa a ser uma oportunidade econômica, alternativa a plantar commodities que comprometem o funcionamento dos ecossistemas, como a soja e cana, por exemplo. Tem muita comida sobrando e sendo jogada fora. O excesso de açúcar na alimentação humana está comprometendo a saúde de toda uma civilização. O que conhecíamos de mais doce na pré-história era uma cenoura!

Tramita no Congresso Nacional (hum!) o Projeto de Lei 792/2007 que visa regulamentar essa matéria para tornar tudo isso possível, factível. Recentemente um grupo de entidades que atuam na área ambiental, respeitadíssimas, produziram um documento de contribuição aos “nobres” deputados e senadores, intitulado “Diretrizes para a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais”. Sabe-se de forças políticas contrárias à vocação florestal brasileira que atam em desfavor dessa proposta. Estejamos atentos!

Tiveram início estudos para entender como se formam as nuvens e as chuvas na região amazônica. Um avião alemão dotado de instrumentos diagnosticará as moléculas formadoras de gotas de chuva e cristais de gelo no interior das nuvens. A partir de novas informações os modelos climáticos e meteorológicos de previsão do tempo nos trópicos poderão se alterar profundamente. Busca-se resposta, por exemplo, para o motivo do vapor d' água emitido pela Amazônia nos últimos meses não ter se transformado em chuvas no estado de São Paulo.

O que está acontecendo com as nuvens? Temem precipitar-se? Não possuem água o suficiente?

Sempre imaginei um esporte sensorial onde entrássemos em nuvens apenas com roupa de banho para sentir sua umidade e temperatura. Seríamos levados dentro de uma rede de malha fina por um aviãozinho ou um helicóptero. Que delícia! Assim como aqueles astronautas voluntários a viagens espaciais, coloco-me à disposição para contribuir com as descobertas científicas que estão por vir...

Rio Pardo na região de Jardinópolis-SP

0 comentários:

Postar um comentário