sexta-feira, 18 de abril de 2014

Geração Y chega a cargos de gestão

Sabe aquele rapaz (ou moça) que entrou no escritório há alguns anos, ainda com aparelho nos dentes, incrivelmente atento a tudo e acabou ensinando todo mundo a baixar aplicativos no smartphone? Pois, então, ele cresceu e agora é chefe.

Anos de atuação, carreira consolidada e tempo de casa já não são mais determinantes para se estabelecer como gestor. A primeira leva de integrantes da geração Y começa a capitanear equipes e, da mesma forma que ocorreu quando entrou no mercado de trabalho, provoca mudanças significativas no universo da gestão de pessoas e entre colegas.

Multifuncionais, tecnológicos e arrojados, os novos líderes regem pelo exemplo. Com a questão da hierarquia mais flexível, costumam delegar mais e cobrar resultados. Movidos a desafios e destemidos, tentam todos os caminhos para atingir o sucesso e acertam com a mesma intensidade com que erram.

Estamos em fase de aprendizado, tanto para quem é da área de recursos humanos, quanto para quem assume o cargo de gestão ou para as equipes. Como resolver isso? Oferecendo um ambiente que priorize o respeito mútuo e propicie a troca de experiências — destaca Laira Seus, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Estado (ABRH-RS) e responsável pelo seminário Plug and Play, que tratou do tema no mês passado, em Porto Alegre.

A singularidade no cenário atual dos quadros funcionais das organizações fica evidente com a expectativa de vida profissional crescendo na proporção do aumento da longevidade no Brasil. Assim, cada vez mais se vê pessoas jovens chefiando times formados por integrantes de idades variadas. De acordo com Sidnei Oliveira, autor de uma série de livros sobre a geração Y, essa convivência entre pessoas que começaram a trabalhar em épocas variadas pode gerar conflitos:

— A nova leva de trabalhadores, diferentemente de seus pais, já entrou no mercado com mais informação, mais estudo, geralmente com conhecimento de outro idioma. Eles acham que já sabem tudo. Os sêniores, por outro lado, voltaram para as salas de aula. Então, o confronto acontece quando o jovem encontra esse veterano turbinado. Ambos permanecem competitivos e prontos para se enfrentar.

Para não haver embates entre profissionais de gerações diferentes, as organizações adotam soluções para desenvolver o potencial dos chefes juniores. No LinkedIn, por exemplo, há treinamentos internos e até cursos no Exterior.

Sabendo que a geração Y é motivada por desafios e busca crescimento rápido. Incentivamos que as pessoas corram riscos inteligentes e oferecemos esse suporte, promovendo a troca de experiências aqui e lá fora. A barreira de hierarquia não está ocorrendo só no Brasil e temos essa comprovação quando as pessoas voltam para cá — destaca Alexandre Ullmann, diretor de recursos humanos do site de relacionamento profissional.
Fonte: ZeroHora

Tratamentos diferenciados

Aos 27 anos, Filipe Goulart lidera uma equipe de 82 pessoas na rede de lojas de suplementos alimentares e artigos esportivos Flex Mega Store.

O seu maior desafio foi coordenar profissionais com até uma década a menos e mais de uma década além da sua idade, questão que o ex-fuzileiro naval aprendeu a tirar de letra:

Gerir pessoas com mais idade requer um cuidado grande, quando vou me dirigir à equipe, falo de maneira diferente conforme cada geração. Até as premiações são adequadas à faixa etária de cada grupo: se para a gurizada temos convites para baladas, para os mais velhos são jantares em restaurantes bacanas — afirma Goulart.

O que essa galera tem a oferecer e a aprender

Pontos fortes

— São digitais e grupais, mas criam e desfazem laços naturalmente.

— Arrojados e com menos medo de arriscar.

— Não se prendem a hierarquias e são adeptos da meritocracia.

— Regem pela referência, dando exemplo.

— Costumam delegar, mas cobram resultados.

— Têm facilidade de comunicação.

— Valorizam a qualidade de vida.

Pontos fracos

— Destemidos e apressados, se arriscam e erram mais.

— Focados nos resultados, são menos sensíveis aos problemas dos seus colaboradores.

— Passam a ideia de serem líderes frios.

— Individualistas, nem sempre estão atentos aos outros.

— Não costumam criar vínculos com as empresas, e vão em busca de novas oportunidades quando se sentem pouco motivados.

Fonte: ZeroHora

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